Wednesday, August 13, 2014

The real world of Bodybuilding


Bodybuilding é tempo: não são drogas, não são treinos múltiplos, não é fama nem nada do que te possam fazer pensar. É tão-somente tempo!
O indivíduo que possui essa obrigação destinada ao trabalho corporal, tem plena certeza de que cada dia de cada mês é uma nova oportunidade de plantar mais uma sementinha na horta hardcore.
Pensamento a longo prazo sem sombra de dúvidas irá dizer-te se realmente nasceu para isso ou não, podendo ser devastador e cruel demais, mas o ferro não mente e sabe muito bem separar o joio do trigo. Não há como presentear com um futuro brilhante uma pessoa sem qualquer comprometimento, é certeiro como podemos identificar quem é guerreiro de verdade ou quem veio só a passeio.
Não se engane, é fácil permanecer por 6 meses, 1 ano ou até 2 anos, mas depois disso os caminhos se fecham e o amor puro e verdadeiro pelo fisiculturismo explicará o porque de tanta resistência. Isso não é para qualquer um! Pode ter certeza e Ronnie Coleman sabe muito bem do que estou falando.

O mundo inteiro parava para acompanhar aquele gigantesco muro de músculos extremamente maciços estruturados por uma altura de 1,80 metros, simplesmente brincar com os maiores pesos e dumbells já suportados por qualquer ser humano que pisou sobre a face da terra.
Aquilo foi um acontecimento, um presente, uma dádiva, um feito sobre o renome e a definição do real sentido da palavra hardcore e a pura denominação do bodybuilding. Ninguém agachava como Ron, ninguém supinava como Ron, ninguém se entregava como Ron.
Aquela ação beirando a brutalidade de seus ancestrais, gelava o coração de todos que puderam ter a oportunidade de visualizar uma alta performance efetiva de qualidade e de intensidade.
O seu poder de persuasão era imensurável. Nada fazia com que aquele demônio recuasse ou hesitasse em quebrar paradigmas e limites. Toda aquela ação era a pura tradução de uma verdadeira briga entre a morte e um mortal, sendo que a senhora caveira, com seu capuz negro e seu cajado saia perdendo por um ser de carne, ossos, músculos e sangue.
Apenas contemple uma filmografia do senhor soberano do Olympia, apenas assista e veja do que estou falando, seja testemunha do tamanho da entrega em obter um trabalho digno de um rei.
Ninguém combinará drogas tão perfeitamente, ninguém treinará tão arduamente, ninguém comerá tão militarmente como a lenda e isso você pode ter certeza.


O verdadeiro mundo do bodybuilding é bem diferente da realidade em que iniciantes e entusiastas arrogantes querem impor, afirmando com toda a certeza que para esse desporto, sofrimento e abdicações simplesmente não existem. Me desculpem, mas o fisiculturismo está além das suas 6 refeições feitas calmamente ou da rotina que pensa ser atribulada com suas sete horas de trabalho e mais três de faculdade diárias.

As cortinas não deixavam a plateia ver, porém Ronnie Coleman no seu auge, precisava frequentar o backstage pelo menos quatros vezes numa noite de competição, para receber oxigênio, pois a demanda de esforço era exacerbada, o tamanho da desidratação, estresse, aliada a uma estrutura extremamente pesada, forçava de uma forma absurda, sua caixa torácica. 

 
 
 As cortinas não deixavam a plateia ver, porém Jean Pierre Fux nunca conseguiu limpar o seu próprio ânus e pedir a sua esposa todas as manhãs, de fato era uma tarefa humilhante demais para ser efetuada constantemente.
 


As cortinas não deixavam a plateia ver, porém Branch Warren sofre com a falta de concentração e auto perceção, devido a baldes e baldes de hormônios manipulados abundantemente, afetando seu sistema nervoso central, sendo mais que visível através de suas falas, por uma constância rápida no pronunciar de cada palavra.



As cortinas não deixavam a plateia ver, porém Phil Heath não vive somente de passeios com carros importados e banhos longos em banheiras luxuosas atrelado a uma nova Muscular Development Magazine, onde ele próprio é a capa do mês. Fontes seguras afirmam que ocorre manipulação com uma frequência de até nove vezes diárias, incluindo administração de GH em três turnos, insulina, dentre outras drogas.


As pessoas se limitam a acreditar que a próprio ciclo de um curso em uma universidade, o expediente em meio período, com marmitas abertas em um ponto de ônibus seria a maior dificuldade que um ser humano poderia passar e confie em mim, elas realmente pregam isso para quem quiser ouvir.



Neste nosso Mundo, aniquilar o próprio eu mais fraco, é a única maneira para lá chegar. 

Culturismo, território de guerra e competição pesada, aqui não há espaço para a fraqueza, todos estão atrás de um sonho, chegando a ser obsessivo e por que não doentio, nesse desporto é preciso prever o que o seu adversário futuramente irá fazer. Ninguém pode treinar mais duro, alimentar-se tão bem, descansar tão meticulosamente e aplicar tão inteligentemente quanto você. Ninguém entra nesse desporto por simplesmente exibir um corpo perfeito ou ansiar desesperadamente por opiniões e atenção alheia, aqui usamos traumas, medos e dor pura como combustível de evolução em todos os aspetos dessa carreira a fim de brilhar e subir cada vez mais degraus até o Olympia, passando pelo reconhecimento concreto do Arnold Classic.

 Aparentemente é tudo muito glamoroso, encantador e envolvente, mas a realidade é totalmente diferente do que parece ser. Para permanecer no jogo é necessário abdicar de tudo o que existe lá fora, naquela rotineira e maravilhosa vida da sociedade que eu chamo de prazerosa sem pensar nas consequências. É obrigatória uma boa preparação psicológica porque não serão gatos, lobos ou raposas que terá que enfrentar e sim leões famintos, loucos para te devorar, pé no chão e raciocínio lógico é o que vai definir se conseguirá sobreviver e não falo em sentido figurado, pode ter certeza. Serão oferecidos narcóticos junto a tentação de analgésicos com o intuito angelical de lhe fazer imune a dor pós treino ou como forma de relaxar fora de uma rotina massacrante, pé no chão define a sua integridade e expectativa de vida.

As manhãs de um Pro são basicamente de muita comida e em épocas específicas AEJ (cardio em jejum) intensos. É tudo muito específico e direto, afinal não comemos para saciar a fome e sim para ganhar o tão sonhado título, é estranho e ao mesmo tempo desafiador colocar o teu organismo para trabalhar em um rumo totalmente diferente do biológico. 
Vontade, desejo... Não existe para quem se alimenta ao invés de comer, o material sólido é o que realmente importa, suplementos são meros acessórios, que quase nunca são obrigatórios, servindo para agregar e nunca serão considerados pioneiros.  


Fonte: Derek, Horsepower PRO - Adaptação da versão original.
Comentários
0 Comentários

No comments:

Post a Comment

Followers