Decidi
entrevistar a atleta Isabel Martins, que alcançou o título
de Campeã Nacional Body Fitness em 2013 . Vejamos o que ele tem para nos
dizer...
Nome: Isabel Martins
Idade: 38 anos.
Profissão: Funcionaria, armazém vestuário.
Com que idade entraste no mundo da
musculação? E o que te levou a tomar essa decisão?
Comecei a praticar musculação com 23 anos, portanto já lá vão uns 15 anos.
Iniciei-me porque queria conseguir melhorar a minha condição física, já que
fazia corria todos os dias, cerca de 5 a 8 km, mas comecei por ir para aulas de
grupo, mas depressa me desmotivei até que fui experimentar a musculação e foi logo o
que mais me cativou.
Já sentiste alguma vez incompatibilidade
entre o culturismo e a tua vida profissional?
Para já ainda não, vou conseguindo gerir o tempo e como posso treinar até às
22h, se não sair a horas do trabalho, treino até mais tarde.
Foste sempre apoiada pela tua família e
grupo de amigos desde o teu começo nesta atividade?
Não, não fui, ao início foi complicado, porque ninguém gosta de ver uma mulher
mais musculada. A minha mãe não se conformava que fosse culturista e muitos
amigos me diziam para parar porque era feio. Atualmente apesar de não gostarem
já nada dizem, aceitaram que é o que eu gosto e portanto têm que me aceitar
assim.
Qual foi a sensação que tiveste na
primeira vez que subiste ao palco numa competição?
A primeira vez foi um misto de nervosismo, medo, insegurança e vontade que
terminasse rápido. Tinha receio de bloquear ao ver tantas pessoas a olhar para
nós atletas. Só queria que terminasse rápido. No fim foi uma alegria, correu
bem e compensou tudo o que passei na preparação.
Lembras-te do teu treino mais doloroso?
Podes descrevê-lo?
O treino mais doloroso, foi um treino de perna orientado pelo Jorge Cunha, que
me acompanhou na minha primeira prova, foi de tal forma difícil, que tive que
parar um pouco porque percebi que ia desmaiar. Treino muito intenso.
Quais os fatores que consideras
essenciais para se ser bem-sucedido neste desporto?
Disciplina, dedicação,
espírito de sacrifício e um bom preparador.
Com um tão vasto histórico nesta
modalidade qual é o teu próximo objetivo?
Neste momento penso apenas no campeonato da Europa para 2015.
Qual é a tua opinião sobre o uso de
anabolizantes em competições? Achas que é esse o motivo para que o culturismo
não seja considerado uma modalidade olímpica?
Devido à complexidade do tema a atleta preferiu não abordá-lo.
Alguma vez consideraste a genética um
entrave nesta atividade?
Não é um entrave, mas sem dúvida dificulta para obter bons resultados.
Na tua opinião, quais são os principais
aspetos que um preparador tem de ter em conta para que os seus atletas evoluam?
Um bom preparador ou, em outros desportos, um bom treinador, tem que saber
avaliar individualmente cada atleta, porque somos todos diferentes e ter
conhecimentos para saber lidar com cada um.
Que conselhos gostarias de deixar aos
leitores para que eles sejam bem-sucedidos neste desporto?
O que digo às pessoas é que se dediquem, tenham espírito de sacrifício e
disciplina.
Obrigado pela tua disponibilidade e boa
sorte para o futuro.